Depois que a Suprema Corte dos EUA absolveu um confeiteiro do Colorado que se recusou a fazer um bolo de casamento para um casal gay, um proprietário de loja cristão se sentiu encorajado a discriminar abertamente os homossexuais. Jeff Amyx colocou uma placa na frente de sua loja de ferragens que diz: "No Gays Allowed" (proibida a entrada de gays).
Amyx, proprietário da Amyx Hardware & Roofing Supplies, no Condado de Grainger, no Tennessee, já havia colocado a mesma placa na frente de sua loja quando a Suprema Corte legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o país. Mas a retirou após uma forte reação pública adversa.
Em vista disso, substituiu a placa por outra que dizia: “Nós nos reservamos o direito de recusar serviço a qualquer pessoa que viola nossos direitos de liberdade de expressão ou de liberdade de religião”.
Ao voltar a ficar sob os holofotes com a reinstalação da placa original, Amyx declarou em entrevista à emissora de TV WBIR 10 que a decisão a favor do confeiteiro do Colorado foi “um grande dia para o cristianismo”.
“O cristianismo está sob ataque”, disse. “Essa foi uma grande vitória, mas não se enganem. Não é o fim da guerra, é apenas o começo. Agora, estamos vendo um raio de luz. Esse é um dia feliz para os cristãos de todo o país, mas dias de escuridão estão por vir.”
Em sua decisão, a Suprema Corte não autorizou, de qualquer forma, a discriminação de membros da comunidade LGBT por estabelecimentos comerciais, porque não foi solicitada a julgar essa questão.
A corte decidiu apenas que o estado do Colorado foi hostil a um único confeiteiro e que objeções religiosas e filosóficas contra o casamento gay são, em algumas instâncias, formas de expressão protegidas. E que a questão da discriminação poderá ser julgada em outros processos.
No entanto, os cristãos entenderam a decisão como um sinal verde para discriminar. Na semana passada, um tribunal de recursos do Arizona decidiu que uma empresa de caligrafia não pode recusar serviços a casais do mesmo sexo.
Há outros processos em andamento contra confeiteiros, floristas, fotógrafos e produtoras de vídeo que se recusaram a prestar serviços em cerimônias de casamento de casais gays. É possível que a Suprema Corte decida sobre a discriminação no processo contra a fornecedora de flores.
Por João Osório de Melo
Fonte: Revista Consultor Jurídico